Blog

TETRA ganha terreno no México

Dois anos após a publicação do decreto presidencial que estabeleceu as bases legais para a Rede Integrada Nacional de Radiocomunicação (RINR), o setor de radiocomunicações para missões críticas na segurança pública no México avança em direção à livre concorrência.

A medida do governo mexicano tem proporcionado um ambiente mais propício para os diferentes atores do setor e tem havido uma diversificação de tecnologias que atendem aos padrões estabelecidos pela lei.

Conforme explica David Ludeña, vice-diretor geral da Teltronic México, “os estados e municípios do país agora têm a possibilidade de decidir o tipo de tecnologia que precisam para suas radiocomunicações na área de segurança pública”. Nesse processo, o padrão TETRA começou a ganhar terreno em relação à tecnologia P25.

“Vários estados já migraram sua rede Tetrapol para TETRA. Hoje, temos mais de 700 estações base de repetição TETRA e mais de 100.000 terminais em operação. Estamos falando de mais estações de repetição do que a Rede Nacional de Radiocomunicação e os sites de P25 da Sedena”, afirma Ludeña.

Desde a abertura, o padrão TETRA tem sido adotado em algumas das cidades com as maiores corporações policiais do país, incluindo Cidade do México, Monterrey e Guadalajara, bem como León, Guanajuato, e Toluca, no Estado do México.

“A rede Tetra está crescendo, e isso é muito importante porque o decreto de novembro de 2020 visou abrir a livre concorrência. Estão sendo feitas melhorias em diferentes estados, e em outros, opta-se pelo padrão P25, em uma competição aberta para ambos os padrões”, acrescenta Ludeña.

A IMPORTÂNCIA DA CONFIDENCIALIDADE

Uma das características que a criação da RINR deve garantir, com base no decreto presidencial de abertura, é a confidencialidade das comunicações das agências federais, estaduais e municipais de segurança. “A exigência desse alto nível de confidencialidade requer tecnologias que não possam ser interceptadas, para evitar que terceiros tenham acesso à escuta dessas comunicações”, destaca Ludeña.

Ludeña adverte que as tecnologias que estão fora dos padrões reconhecidos pelo decreto não atendem a essas características de confidencialidade ou não oferecem informações suficientes para determinar se são seguras ou não, e destaca o valor que TETRA e P25 oferecem em relação a elas.

Ludeña ressalta que outras tecnologias proprietárias que buscam ingressar na RINR não cumprem com as diretrizes de confidencialidade estabelecidas pela lei, o que abre espaço para uma vulnerabilidade das comunicações de missão crítica, seja da polícia, serviços de saúde, emergência ou proteção civil.